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Trânsito mata 1,25 milhão de pessoas por ano, principalmente jovens. No Brasil, são mais de 37 mil e, diante desses números, é cada vez mais importante a conscientização de todos para um trânsito seguro

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Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), os acidentes rodoviários matam 1,25 milhão por ano em todo o mundo e são a principal causa de morte de pessoas com idade entre 15 e 29 anos. No Brasil, de acordo com o DataSUS, mais de 37 mil morrem todos os anos no trânsito das cidades e rodovias. Com esses números tão altos, é importante a conscientização de todos para um trânsito mais seguro, conhecendo direitos e deveres e fomentando debates sobre o tema cada vez mais cedo.

● Luís Henrique Lourenço, policial rodoviário federal e instrutor de trânsito

Para Luís Henrique Lourenço, policial rodoviário federal e instrutor de trânsito desde 2004, não se trata de educar apenas o motorista, o processo deve ser ampliado.

“Começando pelas crianças e atingindo a todos. As ações de órgãos de trânsito e campanhas publicitárias são importantes para a conscientização, pois o cidadão precisa saber de suas responsabilidades.Para Luís Henrique Lourenço, policial rodoviário federal e instrutor de trânsito desde 2004, não se trata de educar apenas o motorista, o processo deve ser ampliado. “Começando pelas crianças e atingindo a todos. As ações de órgãos de trânsito e campanhas publicitárias são importantes para a conscientização, pois o cidadão precisa saber de suas responsabilidades.
O trânsito possui normas, mas somente elas não bastam para que ele flua com tranquilidade. É necessário ter respeito ao próximo, gentileza e tolerância. Os condutores de veículos devem respeitar as regras com o objetivo de garantir a segurança, e não como ocorre por muitas vezes, apenas para evitar uma punição administrativa.”

Na mudança de comportamento, o policial rodoviário ressalta que a escola tem papel de destaque. Para ele, investir na educação é o caminho para evoluirmos e melhorarmos como sociedade. “O papel do educador na formação de um cidadão é fundamental, por isso o trânsito deve fazer parte da educação primária. O Departamento Nacional de Trânsito, juntamente com o Observatório Nacional de Segurança Viária, desenvolveram o programa Educa, de educação de trânsito, voltado ao ensino fundamental um e dois. Objetivo é incluir, na organização curricular das escolas, temas relacionados à mobilidade, destacando a educação para o trânsito, que deveria fazer parte de uma disciplina própria, tendo um professor capacitado para ministrar as aulas, que fariam parte do ensino médio. O fundamental teria a obrigação de colocar a educação no trânsito como tema transversal. É com ela [educação] que chegaremos a uma redução de acidentes e mortes no trânsito.”

● Presidente da Emdub (Empresa Municipal de Mobilidade Urbana), Valdeci Fogaça.

Valdeci Fogaça, concorda que a educação no trânsito deve fazer parte do currículo escolar. Ele conta que, inclusive, a empresa mista vem desenvolvendo projeto que será apresentado à Secretaria Municipal da Educação.“A proposta é baseada em lei já existente e estabelece que alunos tenham aulas sobre trânsito, pois é na infância e na adolescência que se verifica a maior aceitação de ensinamentos e de condutas.”

A insistência em campanhas de conscientização ocorre porque é essencial que motoristas mudem o comportamento ao volante, executando simples ações de respeito à lei, segundo Fogaça. “Dar seta, colocar cinto, não falar ao celular, respeitar faixas de pedestres, de sinalização e vagas especiais. O simples exercício de cidadania, com o motorista sendo gentil ao volante, respeitando as regras, dando passagem ao pedestre, não avançando sinal vermelho, sendo educado, traz mais segurança ao trânsito. As crianças no processo de conscientização são fundamentais. Há pais que confessam que foram repreendidos pelos filhos ao cometerem uma infração. Têm situações em que, além da conscientização, é preciso a fiscalização, pois existem motoristas que não respeitam nem a presença do agente de trânsito”, explica Fogaça.

Emdurb vem desenvolvendo projeto que será apresentado à Secretaria da Educação

Apesar de acreditar que houve evolução na formação oferecida aos condutores, o policial rodoviário analisa que candidatos à CNH (Carteira Nacional de Habilitação) são preparados para a avaliação e não para enfrentar situações de estresse. Para ele, há necessidade de preparar o futuro condutor para agir com respeito, cortesia, tolerância e encarar o trânsito como um ambiente de convívio, no qual o veículo não seja usado para intensificar emoções.
“Entendo que há necessidade de uma reciclagem dos condutores que já possuem CNH. O objetivo é atualizar e avaliar as condições de conhecimento técnico do motorista. É muito frequente numa fiscalização de trânsito ouvir o condutor dizer que não sabia sobre a irregularidade constatada, principalmente sobre situações novas, como obrigações de equipamentos ou proibição de alterações. A legislação de trânsito é constantemente melhorada e situações novas são normatizadas, mas não há uma exigência desta atualização.”

Luís Henrique Lourenço, policial rodoviário federal, é instrutor de trânsito desde 2004

MOBILIDADE / Com um número cada vez maior de veículos nas ruas, a mobilidade urbana, até em cidades do Interior, como Marília, é tema que cada vez mais ganha espaço. Na opinião de Lourenço, investimentos em transporte público e em alternativas para deslocamentos são algumas das soluções. “As ciclovias são alternativas que vejo com bons olhos. Além de incentivarem atividades físicas, auxiliam na diminuição de congestionamentos.
O planejamento urbano é uma das mais importantes formas de garantir que o trânsito não seja um problema futuro.”

A opinião é compartilhada pelo presidente da Emdurb. “Algumas das soluções para o problema da mobilidade urbana são o estímulo ao transporte coletivo público, através da melhoria da qualidade e eficiência, e também a construção de ciclovias.”

Ações buscam conscientização

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) faz parte do SNT (Sistema Nacional de Trânsito), e o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), em seu artigo 74, atribui como dever prioritário aos órgãos componentes do sistema a educação para o trânsito.

Na mudança de comportamento, a escola tem papel de destaque

Neste sentido, a PRF desenvolve muitas ações educativas, como Cinema Rodoviário, Festival Estudantil Temático de Trânsito, Operação Rodovida e palestras voltadas aos condutores e estudantes. “São apresentações sobre temas relacionados à direção defensiva, segurança para motociclistas e pedestres, trânsito com cidadania, entre outros”, explica o policial rodoviário Luís Henrique Lourenço. Os pedidos de palestras são atendidos pela 7ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal de Marília em toda a região. “Para solicitação, basta encaminhar pedido para a delegacia com antecedência mínima de 60 dias da data pretendida, informando a quantidade de pessoas e a qual público a palestra se destina.”

Ainda no município, a Emdurb também promove campanhas educativas para melhora do trânsito, com o objetivo de torná-lo mais seguro. Atualmente aplicado em diversas regiões da cidade, o programa Multa Moral representa uma das ações. “Ele procura, sem aplicar multa, conscientizar o motorista quanto ao respeito às vagas de deficientes e dos idosos. Realizamos durante todo o ano campanhas como Educação no trânsito, Cultive essa ideia, Maio Amarelo, Volta às aulas, A vida passa pela faixa de pedestre, além de ações de conscientização em vias públicas sobre uso do cinto de segurança e do celular e palestras em escolas e empresas para orientar condutores”, diz Valdecir Fogaça, presidente da empresa mista.

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