Alerta do passado está de volta!

Infectologista e pediatra Patrícia Helena Guilhem fala sobre o reaparecimento de doenças que deviam estar erradicadas atualmente

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Doenças comuns no passado e que deveriam já estar erradicadas ou sem registros de casos atualmente, como é o caso do sarampo, voltaram a aparecer! O alerta vem em formato de “fantasma”, mas a preocupação é a mesma de sempre. Vacina ainda é o principal mecanismo de prevenção.

De acordo com a infectologista e pediatra Patrícia Helena Guilhem, a política de vacinação contra o sarampo, por exemplo, levou a eliminação da doença nas Américas em 2002. “A reemergência do sarampo no período pós-eliminação pode ter como resultado a diminuição da cobertura vacinal, falha na identificação oportuna de casos suspeitos, sendo um fator condicionante para ocorrência e disseminação do vírus, aumento do turismo, ou seja, pessoas viajando mais, como também jogos esportivos (Copa do Mundo e Olimpíadas), onde ocorre grande circulação de pessoas, e migração recente de venezuelanos ao Brasil, pois na Venezuela está ocorrendo casos de sarampo com frequência”, comenta.

Ameaças de reintrodução do vírus somente se findarão no momento em que houver erradicação da doença em nível mundial

Em Marília, segundo Patrícia, não foi registrado nenhum caso até o momento. “Como não existe tratamento específico para o sarampo, orienta-se o cumprimento do calendário vacinal com duas doses da vacina para garantir a imunidade, pois 10% das crianças apresentam falha da imunidade à primeira dose. A vacina é segura e eficaz em 97% dos casos”, complementa.

Para Patrícia, ameaças de reintrodução do vírus somente se findarão no momento em que houver erradicação da doença em nível mundial. “As principais vítimas fatais são os menores de cinco anos de idade, sobretudo desnutridos, e os que vivem nos países de menor desenvolvimento econômico. A pneumonia é a complicação mais grave e responsável pela maioria dos óbitos associados ao sarampo. A diarreia também constitui uma complicação grave com risco de desidratação”, explica.

Sarampo é uma doença infectocontagiosa, causada pelo vírus do gênero morbillivirus, provocando febre, tosse e ou coriza, exantema maculopapuloso e enantema patognomônico (manchas de Koplik). “Transmissão se dá através do contato direto com gotículas infecciosas. A transmissibilidade é extremamente alta, pois o vírus permanece ativo no ar ou sobre superfícies infectadas por até duas horas e o diagnóstico é feito pelo quadro clínico associado ao exame laboratorial (sorologia para sarampo)”, detalha a médica.
No PA (Pronto Atendimento) da região Sul de Marília, conforme informou Patrícia, predominam-se casos de resfriados e diarreias. “Esse ano ocorreu surto viral da síndrome mão-pé-boca, transmitida pelo vírus coxsackie, da família dos enterovírus. A síndrome leva esse nome pois sua característica é a presença de feridas avermelhadas na planta dos pés, mãos e garganta, algo frequente em crianças de até cinco anos de idade, embora pode afetar também adultos. A transmissão pode ocorrer tanto pela via oral quanto via fecal (fezes de pacientes infectados). A pessoa recuperada pode ainda transmitir vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas”, alerta.

Frequente em crianças de até cinco anos de idade, embora pode afetar também adultos.

Patrícia Guilhem informou ainda que foram registrados 22 casos de meningite até o momento em Marília. A maioria dos casos de meningite é provocada por vírus ou bactérias, mas a doença também pode ser transmitida via fungos. Outros fatores também podem desencadear um quadro de meningite, como alergias a determinados medicamentos, alguns tipos de câncer e também inflamações.

Fique atento às principais fake news sobre vacinação contra gripe

As notícias falsas, conhecidas como fake news, têm impactado a saúde pública no Brasil. A vacina contra gripe, desenvolvida para salvar vidas e proteger contra a doença, é constantemente alvo de boatos, amplamente divulgados em portais, redes sociais e aplicativos de conversas. De acordo com um estudo realizado pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras, de forma mais aprofundada e abrangente.

As vacinas contra a gripe não causam a morte e crianças não estão livres da dose

Durante essa época do ano, com temperaturas mais baixas, a campanha de vacinação pública contra a gripe é realizada e as fakes news sobre a doença e a vacina se propagam com mais facilidade e intensidade. É preciso estar atento para identificar e não disseminar essas falsas informações.
De acordo com uma biofarmacêutica global com foco em saúde humana, a Sanofi, as vacinas contra a gripe não causam a morte e crianças não estão livres da dose.

Foram registrados 22 casos de meningite até o momento em Marília

“A vacina contra gripe é indicada a partir dos seis meses de idade. Como nenhuma vacina Influenza pode ser administrada em bebês menores de seis meses, a vacinação de seus contatos é uma forma de protegê-los.A vacina não deve ser administrada apenas em bebês menores de seis meses e pessoas com reação alérgica grave às proteínas do ovo”, informa a companhia biofarmacêutica.

● Infectologista e pediatra Patrícia Helena Guilhem tem 19 anos de formação na área de medicina e trabalha na rede pública de saúde de Marília há 15 anos

Contato: (14) 99707-7880

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