A grande escolha

Quando chega o momento do estudante escolher a sua carreira, em que área pretende se formar, existe um grande número que opta pelo Direito, pelo amplo leque de oportunidades que o curso oferece

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Quando chega o momento do estudante escolher a sua carreira, em que área pretende se formar, existe um grande número que opta pelo Direito, pelo amplo leque de oportunidades que o curso oferece, sem, contudo, saber definir bem o caminho a seguir. A grande maioria almeja os cargos públicos, devido à estabilidade proporcionada por estes, ou, há, ainda, aqueles que optam pela profissão por estar a mesma cinematograficamente estampada como sendo um mister glamoroso, aparentemente sem qualquer obstáculo que os iniciantes costumam enfrentar, até que a realidade chega.

Em pesquisa realizada no ano de 2017 com estudantes de Direito da cidade de Marília, cerca de 75% (setenta e cinco por cento) pretendiam ao se formar ir em busca de um concurso e destacou-se ainda que a advocacia seria apenas um meio para se chegar ao tão sonhado cargo público, ou, ainda, uma última opção se nada desse certo, ou seja, a advocacia para esses estudantes tornou-se sinônimo de fracasso.

Esta concepção é reflexo de uma visão distorcida da nobre profissão que é ser advogado, muitas vezes associada pela sociedade ao oportunismo, como se fosse um desprestigio exercê-la e que, frequentemente, apenas reconhece o verdadeiro valor de um advogado quando se precisa de um, sendo possível, portanto, vislumbrar a importância de uma advocacia fortalecida e valorada por toda a sociedade.

Há ainda as indagações com relação à questão financeira, haja vista a cobrança de honorários advocatícios muitas vezes sofrerem depreciações pelos próprios profissionais, o que, consequentemente, acaba por gerar um desestímulo às gerações vindouras.

Indubitavelmente o início da carreira não é fácil, como qualquer outra profissão também não o é. Mas, o profissional do direito precisa determinar seu nicho e estabelecer sua carteira de clientes. E, consequentemente, com o tempo, será possível estabelecer uma organização financeira no que tange aos seus honorários mensais, além da possibilidade de, em alguns casos, a depender da complexidade da atuação, conseguir auferir honorários vultuosos, raramente alcançados por outros profissionais.

Todavia, os que escolhem a profissão por status e não por vocação acabam se frustrando nas primeiras dificuldades enfrentadas.

Aqueles que optam pela advocacia como ofício devem ter em mente a importância da atividade que decidiram exercer, sendo “o advogado, indispensável à administração da Justiça”, conforme preconiza o artigo 133 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e o artigo 2º do Código de Ética da OAB.

A advocacia é, sobretudo, uma missão voltada à realização da justiça. E se a igualdade é um elemento comum a toda a concepção de justiça, é fácil concluir que é missão da advocacia defender o princípio da igualdade da Justiça, a igualdade perante o juiz. Pois, como já disse, é nesse momento que a igualdade ou a desigualdade se efetiva concretamente, como coisa julgada. O advogado deve, assim, travar vigorosa luta contra o desrespeito ao princípio da igualdade da Justiça, porque, assim, estará cumprindo sua missão fundamental que é defender a justiça.

Palavras de José Afonso da Silva

Assim, tanto o estudante de Direito quanto o advogado devem ter a consciência da essencialidade da advocacia para o desenvolvimento da sociedade e para o alcance da verdadeira igualdade real, de forma que se sintam honrados ao ponto de ter a profissão como a principal escolha no ingresso de suas vidas profissionais, sendo certo que seus objetivos, por si, deveriam bastar para estar no topo das possibilidades. E que, quando advogados, saibam valorizar o trabalho desenvolvido, para que, desta forma, possamos ter o efetivo reconhecimento desta tão nobre profissão.

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