Herpes Zóster é uma doença comum entre os brasileiros e deixa cicatrizes pelo corpo sem o devido tratamento. De acordo com a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), a anormalidade na pele pode surgir como infecção oportunista em transplantados de órgãos ou indivíduos infectados pelo vírus HIV (causador da Aids), ou mesmo em pessoas sem qualquer doença interna grave.
Com mais de 30 anos de experiência na dermatologia, o médico Heron Fernando de Sousa Gonzaga, que também é coordenador do curso de medicina da Unimar (Universidade de Marília), informou que a Herpes Zóster é um quadro extremamente frequente. “Já atendi muitos casos. A doença é causada pelo mesmo vírus da varicela”, complementa.
Herpes Zóster é contagioso para aquelas pessoas que nunca tiveram catapora ou que não foram vacinadas, já que são doenças causadas pelo mesmo vírus
Gonzaga destaca a importância do tratamento. “A pessoa que teve varicela, ou quando algo a leva a ter uma imunodepressão, a Herpes Zóster pode surgir. Entre as causas desencadeantes, estão estresse emocional, doenças sistêmicas como Aids e câncer. Em jovens, geralmente aparece por meio do estresse ou Aids”, explica.
Segundo o dermatologista, para descobrir a causa deve-se investigar o desencadeante. “O tratamento pode ser com antiviral e analgésico. Deve se prevenir a neuralgia pós-herpética”, salienta.
Em resumo, a herpes é oriunda de dois tipos de vírus: o Vírus Varicela-Zóster (VVZ), que causa catapora e também o popularmente conhecido cobreiro (herpes zóster), e os herpesvírus tipos um e dois, que causam o chamado herpes simples. “O herpes zóster pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas é mais comum em pacientes de meia idade ou idosos, que na infância ou adolescência tiveram varicela (catapora) ou infecção viral subclínica, que ficou latente no gânglio nervoso ao lado da coluna vertebral por anos”, divulga a SBD.
Tratamento é feito com medicamentos antivirais e analgésicos para aliviar a dor das feridas na pele
O Herpes Zóster ainda surge por conta do emprego de drogas imunossupressoras no tratamento de doenças autoimunes, neoplasias ou inflamatórias. “Caso não seja adequadamente tratado com medicações antivirais, o Herpes Zóster pode deixar cicatrizes inestéticas, manchas e até mesmo determinar a chamada ‘neuralgia pós-herpética’. Esta última, por inflamação e destruição parcial de fibras nervosas pelo dano causado pelo vírus, deixa uma dor crônica persistente e que demanda analgésicos potentes e outras medicações de uso neurológico para tratá-la”, conclui.
SINTOMAS:
- Coceira no local afetado;
- Dor, formigamento ou queimação na região afetada;
- Febre entre 37 e 38ºC;
- Dor de cabeça.
Após cerca de dois a quatro dias surgem os sintomas típicos do Herpes Zóster ativa, que incluem o surgimento de bolhas e vermelhidão. Em geral, as bolhas atingem apenas um lado corpo, pois acompanham a localização de algum nervo, percorrendo o seu comprimento e formando um caminho de bolhas e feridas.
CURIOSIDADE:
Herpes Zóster também pode surgir em adultos que tenham excesso de estresse ou que estão se recuperando de alguma doença, como gripe forte ou dengue, pois o sistema imunológico está enfraquecido.
Opção de vacina ainda não está disponível pelo SUS
Apesar de não estar disponível via SUS (Sistema Único de Saúde), a vacina do Herpes Zóster é composta pelo vírus varicela zóster atenuado – o mesmo imunizante utilizado na vacina contra catapora, mas com uma quantidade maior de antígenos (toda substância estranha ao organismo que desencadeia a produção de anticorpos).
A vacina ativa o sistema imunológico para ajudá-lo a se proteger do herpes.
O risco de desenvolver a doença parece estar relacionado à diminuição da imunidade específica ao vírus vivo da varicela-zóster (VVZ). “A vacina demonstrou aumentar a imunidade específica ao VVZ. Considera-se que essa imunidade seja o mecanismo que proteja o organismo contra o Herpes Zóster e suas complicações”, divulga a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
No entanto, a vacina pode ser encontrada em clínicas particulares, mas é necessário, antes, consultar um médico para ter um diagnóstico preciso da doença e pontuar a necessidade da vacina e sua eficácia conforme o tipo do herpes.
● Heron Fernando de Sousa Gonzaga é dermatologista e coordenador do curso de medicina da Unimar