Frio aumenta risco de infarto

Estudos mostram que incidência aumenta, em média, 30% nos dias em que a temperatura está mais baixa. População idosa e portadores de algumas doenças, como hipertensão e diabetes, são mais suscetíveis

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O clima frio está associado a um risco maior de infarto. Estudos realizados em vários países mostram que no inverno a incidência aumenta, em média, 30%, assim como os casos de AVC (Acidente Vascular Cerebral), que registram acréscimo de 20%. Segundo Ricardo José Tófano, docente da faculdade de medicina da Unimar (Universidade de Marília) e especialista em cardiologia clínica pela SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), hemodinâmica e cardiologia intervencionista, nos dias mais frios, com temperatura abaixo de 14°C, na população com mais de 75 anos o risco de infarto aumenta em 44%. “Isso ocorre devido a uma resposta do organismo à manutenção de nossa temperatura corporal, com consequente liberação de várias substâncias da família da adrenalina, levando à diminuição do calibre dos vasos de sangue. Outras situações associadas são as mudanças de hábitos nesta época, como redução da ingestão de líquidos e da prática de atividade física regular e ingestão de alimentos gordurosos. Esses fatores levam a um aumento da viscosidade sanguínea e, consequentemente, à formação de coágulo.”

Devemos ter uma alimentação saudável e balanceada, praticarmos atividade física regular, ter boa qualidade de sono, diminuir o estresse, evitar tabaco e a ingestão abusiva de álcool”.

A população idosa e aqueles que já são portadores de doenças como hipertensão, diabetes, dislipidemia (presença de níveis elevados de lipídios, as gorduras, no sangue, que predispõe ao aparecimento de aterosclerose), tabagismo, obesidade e que já sofreram infarto e AVC são os mais suscetíveis ao problema. “Para tentar evitar esse grave evento, devemos, principalmente, iniciar hábitos saudáveis de vida e mantê-los por todo o ano independente do clima. Devemos ter uma alimentação saudável e balanceada, praticarmos atividade física regular, ter boa qualidade de sono, diminuir o estresse, evitar tabaco e a ingestão abusiva de álcool. Manter o peso ideal e aquecido também são importantes.”

O cardiologista explica que o infarto pode se manifestar de formas variadas, mas chamam atenção sinais como dor no peito com duração de mais de 15 minutos, com características de aperto, queimação ou facada, associada a algum tipo de esforço físico ou não e seguido de cansaço e falta de ar. A dor pode irradiar para o braço, esquerdo principalmente, mandíbula, dorso e estômago. “Podemos apresentar, ainda, suor frio, náuseas e vômitos. Nessas situações é importante procurar o serviço de urgência mais próximo. Deve-se ter atenção especial com as mulheres e os diabéticos, pois eles não apresentam os sintomas clássicos.”

Infarto pode se manifestar de formas variadas, mas chamam atenção sinais como dor no peito, cansaço e falta de ar. Dor pode irradiar para o braço, esquerdo principalmente, mandíbula, dorso e estômago

Há, ainda, uma teoria de que o aumento de infecções, principalmente as respiratórias, como gripe, resfriado e pneumonia, levaria a uma inflamação dos vasos e provocaria uma ruptura de placa de colesterol e, consequentemente coágulo em seu interior, levando ao infarto. “A vacina contra a gripe tem papel importante na redução de casos graves da doença e também diminui a chance de pneumonia, que pode acontecer após uma infecção por um vírus devido à queda da imunidade. Dessa forma, com a vacinação, pode-se reduzir um mecanismo importante de inflamação, que é causador de infarto agudo do miocárdio.”

PREVENÇÃO/ Conforme o cardiologista, para tentar evitar as doenças do coração deve-se, principalmente, iniciar hábitos saudáveis de vida. Além de dieta balanceada e a prática de exercícios, é importante evitar uma alimentação rica em frituras, gorduras e açúcar. “O recomendado é não fumar e ir regularmente a um médico com o objetivo de descobrir e tratar doenças, como diabetes e a hipertensão arterial. Isso reduz não só o risco de infarto, como também de derrame e outras doenças graves, como a dos rins.”

Fatores de risco relacionados ao infarto

  • Tabagismo
  • Obesidade
  • Síndrome metabólica
  • Hipertensão arterial
  • Colesterol LDL elevado
  • Diabetes
  • Histórico familiar de acidentes cardiovasculares ou de infarto agudo do miocárdio
  • Sedentarismo

● Ricardo José Tófano, docente da faculdade de medicina da Unimar (Universidade de Marília) e especialista em cardiologia clínica pela SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), hemodinâmica e cardiologia intervencionista.

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