A Nasa está em Marília?

Há 20 anos, astrônomo João Frazão pesquisa as estrelas com equipamentos próprios no interior paulista; Marília poderá se transformar no maior centro científico do Estado de São Paulo

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A Nasa (National Aeronautics and Space Administration – Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) está praticamente instalada em Marília, mesmo? Não, a agência dos Estados Unidos não terá filial na cidade, mas se depender dos esforços do astrônomo João Frazão, o maior centro de pesquisas do Estado será inaugurado em breve em solo “mariliense”.

Fundador do Grama (Grupo Regional de Astronomia de Marília), Frazão conta que tem um parceiro funcionário da Nasa. “O mariliense Ivan Gláucio Paulino, cientista da Nasa, é o atual presidente do Grama. O grupo de pesquisas foi criado por mim em 2011, mas apenas oficializado neste ano, em 2017. Nosso intuito é transformar Marília no maior centro científico e cultural do Estado”, confirma.

O astrônomo tem um projeto ambicioso. “Queremos lançar um ‘Centro Espacial’ aqui no interior, uma espécie de ‘Sistema Solar’, onde cada município em torno de Marília vai representar um planeta. Nosso objetivo é unir cultura e ciência dentro de um observatório, onde crianças, jovens e adultos poderão conhecer as estrelas e pesquisar com a gente”, explica.

Mariliense Ivan Gláucio Paulino, cientista da Nasa, é o atual presidente do Grama.

Em parceria com o poder público, Frazão estuda um terreno para a implantação do Planetário. “Pode ser perto da rodoviária, mas ainda estamos estudando as opções. Por enquanto, tenho oportunizado a observação do espaço, por meio dos meus equipamentos, para alunos de Marília e região. Recentemente, realizei o evento para mais de 400 pessoas na Fundação Bradesco, além de alunos da Faip (Faculdade de Ensino Superior do Interior Paulista). Minhas palestras falam sobre as maravilhas do universo. Eu tenho a maior e única maquete solar em escala de dez milhões por um centímetro do Brasil”, complementa.

O astrônomo também fundou o Observatório de Mariápolis. “Hoje, resido em Marília, mas o Observatório atende várias escolas e faculdades daquela região. Quero realizar o mesmo trabalho em Marília, com ajuda do meu companheiro da Nasa, Ivan Gláucio. No Espaço Cultural, recentemente, promovi a observação do eclipse solar com equipamentos próprios para toda população mariliense”, relata.

Sobre a possibilidade de vida em outro planeta, Frazão é categórico. “É uma busca antiga de todos nós a vida fora da Terra, mas é preciso deixar claro que não procuramos E.Ts e sim vida microbiológica. Marte é o alvo das agências espaciais. Acho que os humanos estão destruindo o próprio planeta, por isso, é interessante a busca alternativa de vida fora da Terra”, comenta.

A astronomia é um assunto cobiçado em Marília e rendeu até prêmio internacional. “A Nasa lançou um concurso mundial no ano passado e cinco crianças foram premiadas no Brasil. Uma aluna de Marília, Isabela Moreira de Freitas, da Escola Estadual ‘Professor Amílcare Mattei’, foi uma das premiadas”, destaca Frazão.

Nasa estima descoberta de vida fora da Terra para os próximos 20 anos

Vida alienígena até 2025

Segundo a cientista-chefe da Nasa, Ellen Stofan, teremos registros de alienígenas que vivem em outros planetas até 2025. A informação foi publicada no site www.bbc.com.

Objetivo em Marília é atrelar arte com astronomia, como forma de estudar a existência dos planetas.

Stofan acredita que serão encontrados sinais de vida fora da Terra em até oito anos e provas definitivas em até 20 anos. “Nós sabemos onde procurar. Então, sabemos como procurar”, disse, em um debate transmitido na Nasa TV sobre a possibilidade de encontrar outros “mundos habitáveis”.
“Na maioria dos casos, nós temos a tecnologia e estamos no processo de implementá-la. Então, acreditamos que estamos definitivamente no caminho certo para isso”, argumenta.

De acordo com o site, existe muita água no Sistema Solar. É quase certo que existam oceanos de água salgada sob as conchas geladas das luas de Júpiter, Europa e Ganymede, assim como na lua de Saturno, a Enceladus. A Nasa também tem como objetivo enviar astronautas para Marte em 2030, um passo que cientistas como Ellen Stofan acreditam que será “chave” para procurar sinais de vida, porque mesmo com câmeras ultratecnológicas encontrar fósseis usando o veículo é bastante difícil – às vezes é preciso procurar embaixo da pedra, não nela em si.

● João Frazão é fundador do Grama (Grupo Regional de Astronomia de Marília) e Observatório de Mariápolisastro

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