A raiva animal é uma importante doença infecciosa que acomete cães e gatos e pode ser transmitida aos seres humanos, principalmente através da mordida do animal doente.
As constantes campanhas de vacinação em massa promovidas pelos governos estaduais e municipais conseguiram diminuir sensivelmente os casos da doença no ambiente urbano, ficando as áreas rurais ainda sensíveis, principalmente em decorrência da presença de morcegos e animais selvagens que também servem como vetores e hospedeiros da raiva.
Mas, apesar do êxito no controle da doença, o problema ainda existe. Com as cidades crescendo e invadindo áreas rurais com assentamentos e loteamentos tem-se visto com maior frequência a presença de animais selvagens como gambás e raposas nas áreas urbanas, além de morcegos nos forros das casas. Esses animais podem manter o vírus circulando nas áreas urbanas e a necessidade de vacinação anual dos cães e gatos ainda existe, mesmo que nosso animalzinho não saia de casa ou mesmo do apartamento.
A vacinação dos animais contra raiva é a principal ferramenta para o controle da doença e é obrigatória em todo o território nacional. Infelizmente, uma redução na adesão dos proprietários à vacinação dos pets acabou provocando um retorno da doença nos animais, com consequente retorno dos casos de raiva humana.
A raiva não tem cura tanto nos animais quanto nos seres humanos e a letalidade é de 100%. A única forma de prevenção é com a vacinação prévia dos animais.
Para isso é fundamental que o proprietário busque a orientação do médico veterinário para que seja instituído o controle vacinal da doença.
Para se ter ideia, em 2016 foi mapeado o seguinte quadro da doença:
- Raiva canina: onze casos
- Raiva felina: oito casos
- Raiva em morcegos hematófagos: 19 casos
- Raiva humana: dois casos
O que fazer caso seja atacado por algum animal, mesmo que seja vacinado contra raiva:
- Lavar imediatamente e copiosamente o ferimento com água e sabão;
- Procurar com urgência o serviço de saúde mais próximo para avaliação e prescrição de profilaxia antirrábica humana adequada;
- Nunca agrida o animal. O correto é deixá-lo em observação durante dez dias, para que se possa identificar qualquer sinal indicativo da raiva e procurar ajuda de um veterinário;
- O animal deverá receber água e alimentação normalmente, permanecer em num local seguro e adequado, para que não fuja ou ataque outras pessoas ou animais;
- Se o animal adoecer, morrer, desaparecer ou mudar de comportamento, voltar imediatamente ao serviço de saúde;
- Nunca interromper a profilaxia antirrábica humana sem ordens médicas;
- Quando um animal apresentar comportamento diferente, mesmo que ele não tenha agredido ninguém, não o agrida, não o maltrate e procure o serviço de saúde.
Mas, lembre-se, o mais importante sempre será procurar a orientação de um médico veterinário.
Dr. Rogério Moretti Fiorini
CRMV –SP 11.010