Conforme dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a depressão, considerada uma doença silenciosa, afeta 322 milhões de pessoas no mundo. O problema pode levar a pessoa a cometer suicídio, em casos mais graves, como ocorre em Marília desde o início de 2019.
Só no Brasil, segundo a OMS, quase 6% da população sofre de depressão, ou seja, um total de mais de 11 milhões de brasileiros. Entre os países da América Latina, o Brasil é o que possui o maior número de pessoas com a doença.
De acordo com a psicoterapeuta especializada em Saúde Mental e Inteligência Emocional, Patrícia Alves Faia, a depressão é considerada o mal do século. “Trata-se de uma doença psiquiátrica que afeta o emocional da pessoa, que começa a ter um desprazer pela vida, deixando de exercer atividades importantes no cotidiano, como trabalhar, estudar, passear. Dentre os sintomas, temos falta de apetite, tristeza, insônia, pessimismo, baixa autoestima, dores, inflamações e sentimento de culpa”, explica.
As consequências dos sintomas podem acarretar em automutilação. “É quando acontece o suicídio. A depressão pode levar o indivíduo a doenças cardiovasculares, AVC [Acidente Vascular Cerebral] e hipertensão. Esta doença é causada por alterações químicas nos neurotransmissores do cérebro e o tratamento pode ser medicamentoso. É recomendável atendimento com psicólogo ou psiquiatra”, complementa.
Se um membro da família apresentar algum sintoma da depressão, a atenção deve ser redobrada. “A pessoa depressiva precisa de atenção, pois é uma doença silenciosa. Não tem tempo certo para a cura, porque a depressão pode durar dias, semanas e até mesmo anos. O paciente pode ter alta, mas apresentar crises temporárias no futuro”, salienta Patrícia.
Além da psicoterapia, para combater o suicídio e propor soluções, a atriz e cantora Juliana Máximo lançou, em Marília, o livro “O Mundo Devorou Susana” e um projeto intitulado de “Somos Mais Fortes Juntos”.
“O livro conta a história de uma adolescente que convive diariamente com bullying e violência doméstica, o que faz surgir, no seu imaginário, um monstro de escuridão que pode ser interpretado como uma metáfora para a tristeza dela. Esse monstro faz Susana se afastar dos seus amigos por não se sentir mais igual a eles. Ele também faz a personagem se ferir e pensar em coisas ruins sobre ela mesma. Tudo isso só muda quando Susana conhece Tomas, um garoto problemático que acaba se tornando amigo dela”, conta a escritora.
O livro, embora tenha uma temática “pesada”, de acordo com a autora, também traz aspectos positivos e mensagens incentivadoras. “O foco principal da história é o fato de que quando a Susana não está sozinha, ela é mais forte contra o monstro. Quando ela se abre, quando ela conversa com seus amigos e fica junto da sua família, ela consegue combater o mal”, destaca.
O lançamento do livro desencadeou na concepção do projeto de prevenção ao suicídio. “Com apoio da Secretaria de Cultura de Marília e ajuda de patrocinadores, vamos viabilizar a editoração e impressão dos livros. Parte dos livros vai ser distribuída gratuitamente nas escolas da rede pública e outros serão vendidos a baixo custo em eventos temáticos, como palestras e apresentações culturais. Metade do valor das vendas será doada para apoiar a criação do CVV [Centro de Valorização da Vida] em Marília”, revela Juliana.
Depressão pode levar a doenças cardiovasculares, AVC e hipertensão
O intuito do projeto, tanto na distribuição e venda dos livros como nas palestras, é incentivar o diálogo sobre o assunto. “O livro vai servir como uma porta de entrada para o tema, que é tratado como um tabu. Todos os dias pessoas cometem suicídio no mundo e elas fazem isso porque se sentem sozinhas, desprotegidas. Os patrocinadores terão o nome publicado na página de agradecimentos no final do livro, independente do valor”, conclui.
Para contribuições, a escritora disponibilizou uma conta bancária: Juliana Máximo Ricardo, Banco do Brasil, Conta 6605-2, Agência 27819-X. Mais informações podem ser obtidas pelo celular (14) 99758-9565.