Todo espirro tem uma causa e, quase sempre, consequências. Pode ser um simples resfriado ou uma gripe forte. Quem traz orientações e informações sobre as principais doenças respiratórias do nosso dia a dia é a especialista em Alergia e Imunologia Clínica, Eliane Alves Figueiredo. “As doenças respiratórias mais comuns em nosso meio são aquelas causadas por vírus (gripes e resfriados), pneumonias e doenças alérgicas, como rinite e asma brônquica”, conta a especialista.
Conforme Eliane, as doenças virais são tratadas com hidratação oral, repouso e lavagem nasal com soluções salinas (rinosoros). “Se a causa for bacteriana, como pneumonias e sinusites, devem ser usados antibióticos, e se a causa for alérgica, devemos evitar o contato com o alérgeno através de medidas preventivas. Se necessário, medicação profilática (de prevenção) é adotada em caso de sintomas crônicos ou de alívio nas crises agudas”, complementa.
Para a especialista, a poluição do ar, por exemplo, age tanto como agravante e desencadeante de doenças alérgicas como também torna os indivíduos mais suscetíveis às infecções bacterianas ou virais. O desenvolvimento das cidades e o consumo cada vez mais exagerado dos humanos são os grandes responsáveis por tornar nosso “ar” poluído. A poluição é um problema real que não atinge somente o ar, mas a água e o solo também.
Doenças virais são tratadas com hidratação oral, repouso e lavagem nasal com soluções salinas”.
destaca Eliane Alves Figueiredo
A poluição do ar pode ser definida como a presença de substâncias provenientes de atividades humanas ou da própria natureza que podem colocar em risco a qualidade de vida do seres vivos. O ar poluído pode causar sérios problemas ao homem e a outros seres, portanto, ele é impróprio e nocivo. De acordo com um artigo de Vanessa Sardinha dos Santos, especialista no assunto, a poluição do ar tem se intensificado desde a primeira metade do século 20 com o aumento crescente de indústrias e carros, que lançam diversos poluentes na atmosfera. “Vale destacar, no entanto, que também existem fontes naturais de poluição atmosférica, tais como a poeira da terra e vulcões”, lembra.
Os poluentes atmosféricos podem ser divididos em dois grupos: os poluentes primários e os poluentes secundários. Os poluentes primários são aqueles emitidos diretamente por uma fonte de poluição, como um carro. Já os poluentes secundários são aqueles que sofrem reações químicas na atmosfera, ou seja, são formados a partir da interação do meio com o poluente primário.
Segundo o Instituto Nacional de Educação Ambiental, sete doenças podem ser causadas pela poluição do ar: câncer de pulmão, asma, rinite, bronquite, alzheimer, parkinson e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).
Câncer de pulmão – A má qualidade do ar torna o ser humano mais suscetível ao câncer de pulmão, uma das doenças com maiores índices de mortalidade e também um dos tipos de câncer mais comuns em todo o mundo.
Asma – Crianças que crescem em locais muito afetados pela poluição do ar apresentam mais dificuldades respiratórias, uma capacidade pulmonar inferior e há uma maior probabilidade de vir a desenvolver asma.
Rinite e bronquite – A rinite é um tipo de alergia que se manifesta no nariz e nos olhos, enquanto que a bronquite, que pode ser aguda ou crônica, é uma inflamação dos brônquios.
Alzheimer e Parkinson – A inalação em longo prazo de partículas de metais poluentes e tóxicos, como mercúrio, cádmio e compostos de chumbo, que também estão presentes na poluição atmosférica, pode também dar origem a distúrbios de ansiedade e doenças como Alzheimer e Parkinson.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) – Outra das consequências de viver em um ambiente poluído é o desenvolvimento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, caracterizada pela destruição de alvéolos pulmonares, inflamação e infecção do sistema respiratório, que se pode manifestar através de bronquite e pneumonia.
Fonte: OMS (Organização Mundial de Saúde)