Toxina botulínica na neurologia

A toxina botulínica, mais conhecida como Botox, mas existem outras marcas, é um agente paralisante produzido por uma bactéria de nome Clostridium botulinum, causadora da doença botulismo, que geralmente ocorre quando se ingere alimentos contaminados, principalmente enlatados.

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A toxina botulínica, mais conhecida como Botox, mas existem outras marcas, é um agente paralisante produzido por uma bactéria de nome Clostridium botulinum, causadora da doença botulismo, que geralmente ocorre quando se ingere alimentos contaminados, principalmente enlatados. O mecanismo de ação é bloquear a liberação de um neurotransmissor conhecido por acetilcolina, que é o responsável pela contração dos músculos e da liberação de saliva pelas glândulas.

Tornou-se famoso o Botox quando começou a ser usado para estética para desaparecimento das rugas, porém, desde o início dos anos 90, foi introduzido na neurologia para ser utilizado em pacientes portadores de sequelas de AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou pós-traumatismo craniano e raquimedular, para relaxar os músculos que ficam muito contraídos devido à espasticidade.

Além disso, passou a ser usado também em doenças que provocam uma distonia nos músculos da face, conhecida como tiques. Pacientes apresentam contrações das pálpebras, fecham os olhos e demoram para abri-los ou têm espasmos da musculatura facial. Estes podem aparecer após paralisia facial, assim como movimentos de contorções da cabeça e pescoço e até mesmo da língua.

As aplicações são realizadas nos músculos afetados praticamente sem efeitos colaterais em uma única sessão, praticamente indolor. A partir deste século, passou a ser indicado também para tratamento da dor, principalmente de cabeça, nas enxaquecas crônicas e cefaleia de tensão.

As aplicações são feitas nos músculos do pescoço, região temporal e frontal do crânio. As respostas são ótimas, pois se evita o uso contínuo de medicamentos que podem causar alterações hepáticas e renais.

● Prof. Dr. Luiz D. M. Melges

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