Há situações na vida que não dá para evitá-la. Quem nunca a sentiu as vésperas de uma festa de aniversário, do vestibular, exame de direção, de um encontro amoroso, entrevista de emprego, casamento? Na vida moderna, no corre-corre do dia a dia, que leva ao estresse, ela está ali também, presente. Mas, quando a ansiedade deixa de ser um sentimento comum a tantas pessoas e passa a ser um problema?
Medo ou terror em questão de minutos, acompanhados de sintomas físicos, como batimentos cardíacos rápidos ou irregulares. Esses são alguns dos sinais que mostram que há motivos para preocupação. “A ansiedade é um sentimento natural do ser humano, mas que em excesso gera comportamento de antecipação, manifestando medos e preocupações incontroláveis. Quando surge de forma exacerbada, interferindo na qualidade de vida e apresentando medos exagerados, é reconhecida como ansiedade patológica. Em exagero, a pessoa não consegue relaxar ou se construir feliz”, explica Sonia Maria Alves, psicóloga especialista em terapia cognitiva, comportamental e jurídica.
Várias são as causas da ansiedade, assim como são muitos os desencadeadores, como fatores genéticos, estímulo agressivo, como uma doença grave, estresse e traumas emocionais. A principal característica do transtorno de ansiedade é a expectativa de ameaça futura com sentimento incontrolável de desconforto. Entre os sintomas físicos estão a tontura, falta de ar ou respiração ofegante, dores abdominais, podendo chegar a uma diarreia, angústia (aperto no peito) e palpitações cardíacas. Além disso, provoca nervosismo, medo extremo, dificuldade de concentração, pensamentos catastróficos e preocupações constantes.
Psicóloga Sonia Maria Alves alerta que a faixa predominante é de jovens, mas crianças também são atingidas
A psicóloga comenta que os tipos mais comuns da ansiedade exagerada são o transtorno de pânico, com ou sem agorafobia, TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), fobia social, TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e TEPT (Transtorno de Estresse Pós-traumático). Para o diagnóstico, psicólogos utilizam a escuta terapêutica e realizam testes. “Não há cura, mas controle. Cada organismo responde de uma forma diferente, assim alguns pacientes fazem tratamento e não vivenciam mais episódios ansiosos, enquanto outros precisam de acompanhamento contínuo e, às vezes, medicamentoso. Na terapia cognitiva comportamental são oferecidas técnicas para mudança de pensamentos. Elas permitem, na maioria das vezes, respostas imediatas e satisfatórias. O estilo de vida do paciente deve ser observado para buscar a diminuição de sua incapacitação.”
Apesar de atingir homens e mulheres, o transtorno de ansiedade, segundo estudos da Universidade de Cambridge, tradicional instituição de ensino superior do Reino Unido, apontam que o sexo feminino é duas vezes mais atingido. A faixa etária predominante é de jovens, mas é significativo entre as crianças, e os grupos mais vulneráveis são os atingidos por doenças crônicas, como diabetes, os dependentes químicos e de jogos, doentes neurológicos e gestantes.
Exercícios ajudam a minimizar sintomas
Segundo a psicóloga especialista em terapia cognitiva, comportamental e jurídica, Sonia Maria Alves, exercícios físicos produzem endorfina, que é responsável por gerar a sensação de bem-estar, por isso são um grande aliado para minimizar os sintomas da ansiedade, assim como a noradrenalina e serotonina, que são estabilizadores do equilíbrio do humor. Importante ressaltar que, apesar de ajudarem, não substituem o tratamento. “Na Universidade de Oxford, no Reino Unido, pesquisadores que estudam a prática de atividades físicas na saúde emocional obtiveram excelentes respostas para a melhora do estado de humor, assim como a alimentação saudável é responsável pela sensação do bem-estar. Ambas são práticas protetoras da nossa saúde, física, psíquica e emocional.”
● Sonia Maria Alves, psicóloga especialista em terapia cognitiva, comportamental e jurídica.