A Fibromialgia é uma doença que é conhecida como uma síndrome musculoesquelética crônica caracterizada por dores difusas pelo corpo por mais de três meses, associada a dor da coluna vertebral com a presença de pontos dolorosos pelo corpo.
Quem traz alguns esclarecimentos médicos sobre a doença nesta edição da FIVE é o reumatologista Edgar Baldi Júnior, que também é docente por 17 anos no curso de medicina da Unimar (Universidade de Marília). “Fibromialgia pode estar associada a outras doenças clínicas que devem ser descartadas pelo médico assistente. Os sintomas frequentes são depressão, sono não reparador, sensação de fadiga crônica, cefaleia, sensação de dormência e inchaço nas mãos e ansiedade. É uma síndrome que reduz muito a qualidade de vida”, explica.
Comumente, a fibromialgia causa sintomas como fadiga, intolerância ao exercício e sono não repousante.
O diagnóstico da fibromialgia é clínico, através de uma anamnese (entrevista) adequada e complementada pelo exame físico correto. “Controlamos a doença com atividade física regular, medicamentos antidepressivos, ansiolíticos, analgésicos e relaxantes musculares, mas pode haver exacerbação dos sintomas como ‘crises de agudização’ associadas ao estresse físico ou emocional. As crises podem ainda limitar as atividades laborais”, complementa o reumatologista.
Portadora da síndrome, a pedagoga Sandra Cristina Cortinas González Anjos, de 48 anos, relata como é conviver com a dor e ter qualidade de vida. “Descobri que tinha fibromialgia há dois anos após uma depressão e crise fortíssima que não conseguia levantar da cama. Fiz vários tratamentos como se fosse um reumatismo inespecífico, porque minha família tem vários casos do tipo. Nunca tive um diagnóstico preciso e único, pois no começo tratava as dores achando que o problema era reumatismo”, lembra.
A melhora de Sandra depende do estado emocional. “As dores são generalizadas e elas parecem que dançam pelo corpo. Após descobrir o real motivo das dores – a fibromialgia –, consegui lidar com a situação e reconhecer que meu estado emocional contribuía para o agravamento dos sintomas. Hoje, não posso ficar nervosa, mudei meus hábitos alimentares, tomo meus medicamentos analgésicos e antidepressivos e ainda pratico atividades físicas”, comenta.
De cada dez pacientes com fibromialgia, nove são mulheres. Não se sabe a razão porque isto acontece.
Um estudo dos reumatologistas Xavier Caro, do Centro Médico e Hospital Northridge, e Earl Winter, da Universidade North Central, ambos nos Estados Unidos, ajuda a resumir o que é fibromialgia. “Portadores da condição apresentam uma menor densidade de fibras nervosas na epiderme, o que ajudaria a explicar as dores constantes e que surgem após um leve toque na pele”, define o estudo.
Alguns sintomas da fibromialgia:
· Dor difusa pelo corpo
· Cansaço crônico
·Problemas de memória e concentração
· Insônia e sono não reparador
· Síndrome do cólon irritável
· Hipersensibilidade ao frio
Não parece haver uma relação com hormônios, pois a fibromialgia afeta as mulheres tanto antes quanto depois da menopausa. A idade de aparecimento da fibromialgia é geralmente entre 30 e 60 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas, crianças e adolescentes.
● Edgar Baldi Júnior é reumatologista e professor no curso de medicina da Unimar